terça-feira, 25 de novembro de 2008

Como fazer sua camiseta da Cecília Meireles

Olá, pessoal!

Nossas camisetas estão disponíveis! Seu uso como alternativa ao uniforme do Colégio está liberado até sexta-feira, 28 de novembro.

Quem tiver interesse em participar dessa forma deve seguir as instruções:

1. Faça o download do arquivo com as imagens no seguinte link:
http://rapidshare.com/files/167266321/camisetas_cecilia.zip

2. Dirija-se à gráfica que indicaremos no final desta mensagem ou a outra de sua preferência. A gráfica inicada tem os arquivos; caso prefira outra, leve os arquivos em um pen-drive.

3. Apresente-se como um aluno marista e diga que quer a camiseta da Cecília Meireles, da viagem, da música ou do sonho.

4. Você pode usar a camiseta que a gráfica tem para venda ou levar a sua.

5. Apenas camisetas brancas básicas serão permitidas. Barriguinha de fora, baby-look, decotes, mangas cavadas e outras invencionices não serão aceitas no colégio. Não adianta reclamar.

Para quem topar, indicamos os serviços da gráfica CopyColor, que tem um serviço já conhecido por nós e é perto do Colégio, o que, esperamos, facilite todo o processo. Fica na Avenida Getúlio Vargas, 1445, próximo à Livraria da Travessa. O telefone deles é 3282-2009

Tudo certo, então? Ótimo! Esperamos que essa seja mais uma divertida forma de vivenciar a obra de nossa Cecília!

Um abraço,
Guilherme & Ivanilda

Camisetas a caminho!

Olá, turma!


Nossa aventura pelo mundo de Cecília Meireles continua, mesmo depois de nossa prova final!


Na sexta-feira, teremos apresentações poéticas e, até o final desta semana, estamos autorizados a frequentar a escola com a camiseta marista da Cecília Meireles! Teremos três lindos modelos de camisetas, criados por vocês. Nas próximas horas, disponibilizaremos para download os arquivos com as imagens e as instruções de fabricação para quem quiser se vestir de poesia.


Por enquanto, fica aqui uma prévia:



Aguardem novidades daqui a pouco!

Um abraço,

Guilherme & Ivanilda

domingo, 16 de novembro de 2008

Antologia Poética "Três Cecílias de Marista": download

Olá!

Nossa antologia poética da Cecília Meireles está disponível para download, para aqueles que preferirem uma versão impressa. Aqui vai o link:

http://rapidshare.com/files/164356080/cmds08c042_antologia_cecilia_meireles.doc

Um abraço,
Guilherme & Ivanilda

Despedida

Olá!

A obra de Cecília é tão rica que poderíamos passar toda a vida a estudando. Neste momento, porém, temos também um trabalho a fazer, com data marcada para terminar. Por isso, é chegado o momento de encerrarmos esta nossa antologia poética. Isso não significa, é claro, que o Blog pára por aqui; apenas que, para efeito de avaliação, esta é a última mensagem em pauta.

Escolhemos um poema muito apropriado para isso, o bonito "Despedida", que aborda todos os nossos temas, o sonho, a viagem, a música.

Despedida

Adeus,
que é tempo de marear!

Por que procuram pelos olhos meus
rastros de choro.
direções de olhar?

Quem fala em praias de cristal e de ouro,
abrindo estrelas nos aléns do mar?
Quem pensa num desembarcadouro?
- É hora, apenas, de marear.

Quem chama o sol? Mas quem procura o vento?
e âncora? e bússola? e rumo e lugar?
Quem levanta do esquecimento
esses fantasmas de perguntar?

Lenço de adeuses, já perdi... Por onde?
- naterra, andando, e só de tanto andar...
Não faz mal. Que ninguém me responde
a um lenço movido no ar...

Perdi meu lenço e meu passaporte,
- senhas inúteis de ir e chegar.

Quem lembra a fala da ausência
num mundo sem correspondência?

Boa viagem, queridos alunos! Que a luz de Cecília lhes ilumine o caminho!

Um abraço,
Guilherme & Ivanilda

Moda da menina trombuda

Olá, pessoal!

Adolescente sofre, não é? Nota na prova, corte do cabelo, marca da roupa, fofocas na turma, expectativa pelo namoro, bronca dos pais; tantas preocupações... e ainda tem que aguentar os outros o chamando de "aborrescente"! Quanta injustiça!

Se servir de consolo: quem vive com adolescente sofre também!

Cecília Meireles, com seu olhar agudo sobre a realidade, em um mundo no qual a idéia de adolescência ainda não existia, deu uma boa cutucada em certos comportamentos:

Moda da menina trombuda

É a moda
da menina muda
da menina trombuda
que muda de modos
e dá medo.

(A menina mimada!)

É a moda
da menina muda
que muda
de modos
e já não pe trombuda.

(A menina amada!)

Legal! Acho que no fundo, como diz o Gilberto Gil, todos só queremos mesmo um bem.

E se vocês acharam que estamos dando alguma indireta escolhendo esse poema... ACERTARAM!

Um abraço e deixa de birra,

Guilherme & Ivanilda

O sonho de Olga

Olá, turma marista!

Acharam difícil a reflexão sobre o último poema, "O sonho e a fronha"?

Vamos, então, ler um outro poema com uma proposta semelhante:

Sonho de Olga

A espuma escreve
com letras de alga
o sonho de Olga.

Olga é a menina que o céu cavalgava
em estrela breve.

Olga é a menina que o céu afaga
e o seu cavalo em luz se afoga
e em céu se apaga.

A espuma espera
o sonho de Olga.

A estrela de Olga se chama Alfa.
Alfa é o cavalo de estrela de Olga.

Quando amanhece, Olga desperta
e a espuma espera
o sonho de Olga,

a espuma escreve
com letras de alga
a cavalgada da estrela Alfa.

A espuma escreve com algas na água
o sonho de Olga.

Como é interessante!

Aparentemente, o tema do poema é bem fácil: todos nós que já visitamos uma praia podemos imaginar as ondas deixando algas na areia da praia, em formatos semelhantes ao de letras.

Logo vemos, porém, que não estamos falando de letras quaisquer, nem de espuma qualquer, nem de mar qualquer, nem de nada qualquer. Afinal, Cecília nos conduz a um caminho impossível, falando de assuntos que, de certa forma, nem fazem sentido. Menina que cavalga no céu? Que o céu afaga? Espuma que espera o sonho? Estrela-cavalo? Como assim?

Se pararmos para pensar, veremos que nada disso faz muito sentido, mas aceitamos o texto porque reconhecemos nele uma linguagem que conhecemos bem: a linguagem do sonho, em que tudo é misterioso e às vezes um pouco sem sentido, mas muito verdadeiro, porque fala do que existe dentro de nós.

Cecília explora esse mundo que existe nas profundezas do nosso eu, do nosso eu submarino, temperando sua viagem com jogos sonoros e correntes de palavras.

Acharam legal? Maluco? Como em um sonho?

Pois vamos aumentar o tamanho dessa estrada, deixando uma palavra para você pesquisar, que tem muito a ver com toda essa conversa: inconsciente. Cecília Meireles tenta dar voz ao inconsciente.

Um abraço,
Guilherme & Ivanilda

O sonho e a fronha

Boa!

Cecília Meireles sem dúvida cria a poesia do sonho. Sua escrita não penas aborda assuntos oníricos, como a saudade, a melancolia, o indefinidos; sua poesia é o próprio sonho. Através da leveza de seu vocabulário, da insolitez de suas imagens, do poder singelo de sua sonoridade, ela conduz o leitor a um estado de fantasia e mistério próprio do sonho.

Vejamos um poema em que ela fala sobre isso de forma muito explícita, ao mesmo tempo em que consegue manter o mistério.

O sonho e a fronha

Sonho risonho
na fronha de linho.
Na fronha de linho,
a flor sem espinho.

Apanho a lenha
para o vizinho.

E encontro o ninho
de passarinho.

De que tamanho
seria o rebanho?

Não há quem venha
pela montanha
com a minha sombrinha
de teia de aranha?

Sonho o meu sonho.
A flor sem espinho
também sonha
na fronha.

Na fronha de linho.

Sabem, poesia é um perigo... Se o poeta viaja longe demais, pode se perder. Por outro lado, se tem os pés muito no chão, não faz poesia; faz prosa. Quando olhamos os grandes poetas, vemos que muitos deles têm em comum um ponto: o mistério. O poeta sabe semear perguntas, mas não espera que os frutos apareçam nem se preocupa se vamos colhê-los. Apenas deixa que o mistério exista. Quando um poeta fala sobre um assunto de forma muito concreta, pode pôr toda a safra poética em perigo.

Cecília andou por caminhos perigosos em "O sonho e a fronha", falando abertamente sobre um assunto misterioso, o sonho. Observem, porém, como ela deixa o cenário indefinido, falando sobra a fronha e o linho, que não percebemos muito bem como se relacionam com o passarinho e a montanha. Esse mistério provoca o leitor, e é parte do que nos seduz para a leitura. A sonoridade aqui é muito importante, pois forma uma espécie de corrente, que nos leva: onho... inho... enha... anha... Quando percebemos, já estamos amarrados na seda das teias poéticas.

Brinquem um pouco com esse poema.

Um abraço,
Guilherme & Ivanilda