Bom dia, turma!
Em mais de uma ocasião, Cecília Meireles manifestou sua preocupação emr elação ao futuro do mundo. O lado negativo do progresso, como sabemos, traz muitos problemas: mais sujeira, mais violência, mais preconceito, mais medo, mais jaulas, para o corpo, para o coração e para a mente.
Vamos ler um poema que trata dessa tristeza.
O Santo no Monte
No monte,
o Santo
em seu manto,
sorria tanto!
Sorria para uma fonte
que havia no alto do monte
e também porque defronte
se via o sol no horizonte.
No monte
o Santo
em seu manto
chora tanto!
Chora - pois não há mais fonte,
e agora há um muro defronte
que já não deixa do monte
ver o sol nem o horizonte.
No monte
o Santo
em seu manto
chora tanto!
(Duro
muro
escuro!)
Nós moramos em uma cidade chamada Belo Horizonte. Essa beleza que nos uniu também está ameaçada. A cada dia nosso horizonte está mais invisível, tapado pelo muro da sujeira e dos edifícios. Nossas montanhas, pobres de nós e delas, estão sendo loteadas e transformadas em horrendos loteamentos. Em breve, corremos o risco de ser como o Santo do Monte, saudoso e entristecido.
Contra esse perigo, temos o antídoto da consciência, para não deixarmos que nos roubem nosso horizonte, e o antídoto da poesia, que amplia nossos horizontes intelectuais, espirituais, sentimentais e morais, ajudando-nos a buscar essa beleza, mesmo além dos muros.
Abraços,
Guilherme & Ivanilda
domingo, 16 de novembro de 2008
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