sábado, 15 de novembro de 2008

Para ir à Lua

Boa noite!

Lua cheia no céu... como é bonito!

A Lua motivou sonhos e conquistas. Sob sua luz prateada, a poesia já tomou infinitas formas.

Nossa Cecília, é claro, também olhou para o alto. Sua poesia misteriosa e singela é lógica que se encantaria com o presente mais lindo que Deus pôs no céu.

O mais engraçado é que, ao fazer isso, Cecília nos ajudou a entender melhor a vida aqui em baixo também. Poesia é assim mesmo.

Para ir à Lua

Enquanto não têm foguetes
para ir à Lua
os meninos deslizam de patinete
pelas calçadas da rua.

Vão cegos de velocidade:
mesmo que quebrem o nariz,
que grande felicidade!
Ser veloz é ser feliz.

Ah! se pudessem ser anjos
de longas asas!
Mas são apenas marmanjos!


Cecília Meireles morreu em 1964; cinco anos antes, portanto, de o ser humano pôr os pés pela primeira vez na Lua.

Podemos imaginar como ela se sentia, nos seus últimos anos, acompanhando pelos jornais os avanços tecnológicos levando os astronautas cada vez mais perto de nosso satélite. Talvez sentisse medo. "Que diacho! Não satisfeitos em atrapalhar nossa Terra, esses senhores querem agora perturbar a paz e o mistério do infinito!", ela pode ter pensado.

Os meninos-marmanjos de Cecília recebem um sutil puxão de orelha por essa travessura, mas também um certo afeto quase maternal, de quem entende que, afinal, nossas ambições quando vamos nos tornando adultos às vezes são mesmo só uma nova brincadeira que vamos inventando.

Um abraço... e olhem o céu!

Guilherme & Ivanilda

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